"Você pode não conhecer Gabi Herold ainda — mas vai sentir quando ouvir"
Cantora e compositora goiana transforma experiências pessoais em música com alma e autenticidade. Em meio às metamorfoses da vida, Gabi lança seu primeiro EP e fala à Revista Interagi sobre arte, desafios e liberdade emocional.
Por Raphaella Pessato | Revista Interagi – Acompanhando as Maiores Informações
Seu primeiro contato com a arte foi pelas teclas de um piano, em 2010. Ainda criança, Gabi entendeu que música não era apenas som, era linguagem. Com o tempo, somou aulas de canto, teoria musical e muita experimentação, equilibrando a sensibilidade artística com a rotina da vida real: “Sou advogada e gosto da minha profissão também, mas a música é minha forma de colocar o que precisa ser dito pra fora.”
Uma artista do sentir
Introspectiva, Gabi encontra nas composições um canal direto com seu mundo interior. Sua música não é feita para agradar multidões, mas para tocar quem sente. “Se alguém escuta uma música minha e pensa: ‘nossa, parece que ela escreveu isso pra mim’, é pra essas pessoas que eu quero continuar criando.”
Inspirada por nomes como Paramore, Aurora, MARO, Billie Eilish, Ariana Grande, Avril Lavigne, Taylor Swift, Rita Lee e Pitty, Gabi passeia pelo indie e pelo pop alternativo com liberdade estética e emocional. Suas canções são confessionais, densas e delicadas, sem medo de se mostrarem humanas.
Um EP sobre renascimentos
Depois dos singles “Ficar Bem De Novo”, “Casulo” e “Infinito”, todos lançados entre 2024 e 2025 e com ótima receptividade no Spotify, Gabi se prepara para o lançamento de seu primeiro EP: Metamorfagia, previsto para novembro de 2025. O projeto, contemplado pela Lei Aldir Blanc, nasce como um mergulho profundo nas transformações internas que a artista viveu, e ainda vive.
O título mistura “metamorfose” com “autofagia”, como ela mesma explica: “Traz essa ideia de consumir o que está dentro, digerir as mudanças, pra só então florescer. É um processo intenso, mas necessário.”
Com composições autorais que nascem de momentos de solitude, Gabi desenvolveu um processo criativo todo próprio. Sua escrita começa no papel, à luz amarelada de um quarto calmo, e avança em parceria com músicos locais para dar forma às harmonias e ritmos. “É quase uma meditação.”
Coragem para mostrar o invisível
Mais do que talento, Gabi carrega coragem. A coragem de se mostrar vulnerável, de cantar suas próprias verdades.. “Meu maior desafio sempre foi a autoconfiança. Entender que eu tinha algo a dizer e que minha história merecia ser ouvida.”
Em um cenário musical local majoritariamente sertanejo, ela também desbrava espaços no pop e no indie. “Vejo que temos artistas locais incríveis nessa pegada, e isso me anima. Quero contribuir com essa cena, misturando influências e criando algo que tenha a minha cara.”
Da introspecção à conexão
Uma das faixas mais especiais do novo trabalho, segundo ela, é “Radar” — um grito silencioso sobre como é ser introvertida em um mundo barulhento. “Já fui muito julgada por isso. Essa música é quase uma carta aberta sobre como enxergo o mundo.”
Para Gabi, cada música é um espelho de fases emocionais. Ela escreve sobre o viver, o amar, o perder e o recomeçar. E o que deseja transmitir? “Quero alcançar corações inquietos. Se alguém ouvir e pensar ‘caramba, eu sinto exatamente isso’, já valeu.”
Um caminho sem fórmulas
Mesmo sendo advogada de formação e trabalhando fora do eixo musical, Gabi não desiste de alimentar a parte artista de si. E é exatamente essa liberdade de escolha que a fortalece. “Não deixo a indústria invadir o espaço onde criar faz sentido. Produzo porque gosto.”
E sonha alto: “Gostaria de colaborar um dia com a Hayley Williams, do Paramore. Ela é uma artista que admiro muito.”
Enquanto o mundo corre em busca de hits fáceis, Gabi Herold segue o caminho mais difícil,e mais bonito: o da verdade. Entre pianos, silêncios e letras íntimas, ela convida quem escuta a mergulhar com ela. Porque o que vem de dentro, transforma por fora.
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